Enquanto esperávamos que a fila para as farturas, churros e ademais diminuísse, reparamos num magote na parte de trás do palco onde a artista actuou. E subitamente animação. Com a Gui e a amiga pela mão vamos lá espreitar. Era a artista!
As miúdas querem ver. Nunca a ouviram cantar, não sabem quem seja, mas é artista!!! E sendo elas próprias duas pirosas bailarinas apaixonadas por tutus e palcos, não se pode dizer não!
Rapidamente chegamos á artista, e eu sem saber o protocolo pergunto-lhe se dá para tirar uma foto com as miúdas e ela muito sorridente, muito discreta, com uma voz baixinha, toda ela também pequenina, diz que sim, e como havia o problema das alturas, afasta a grade de segurança vem cá para este lado onde estávamos nós, as provincianas, e abraça as meninas e click!
E eu confesso que fiquei surpreendida com a ternura, com a falta de pose, a naturalidade e decidi que posso não ouvir a musica, ou visitar o site, mas a partir de hoje defendo com unhas e dentes a Ana Malhoa!
E como era já tarde, mesmo muito muito tarde arrastamo-nos para um banco de jardim onde já estava sentada uma senhora mais muito mais gorda do que eu. Todos à espera da respectiva boleia (que eu sou uma cidadã sem carta de condução válida em Portugal).
A senhora mais muito mais gorda do que eu pergunta-me se vi o rapaz das pipocas, se ele já fechou a banca? Eu digo que não sei mas talvez não porque a feira está ainda muito cheia. Que ele ficou de ir ter com ela, que lhe disse que fechava à uma e meia e que iria ter com ela.
E acrescenta a senhora mais muito mais gorda do que eu subitamente muito agitada e a fazer uns movimentos estranhos com a cabeça e uma das pernas, que já passa da hora e ela certo tem que se ir porque tem que ir tomar a medicação e subitamente um ruído enorme de vozes de um grupo que se aproxima. “Eh Zé, Eh Pedro!” grita ela. Vira-se para mim e informa-me: “São os meus colegas da instituição…”