No doplet em frente ao meu senta-se um casal idoso Japonês. Descalçam-se e sobem. Recostam-se um em frente ao outro. Ele pega-lhe na perna pequenina, apoia-lhe o pé no joelho e massaja-o lentamente. Ela fecha os olhos e ajeita-se na almofada.
A imitacao da Hermes agita-se sobre o peito; a respiração vai ficando mais lenta, mais pousada, e ela cada vez mais pequena na almofada. E ele continua a massajar-lhe as pernas. E da eficiência passa à devoção. E cada toque é um acto de amor. E o sentimento passa-lhe das mãos para a sala. Para toda a sala. E invade as narinas, mistura-se no sate e todos comem e cheiram o amor velho que emana da mãos dele.
E os copos passam a ser pousados com menos vigor, as vozes baixam, e um grupo de estranhos de todas as cores, sufoca com o sentimento celebrando-o com o silêncio.
Talvez o amor só valha a pena se for assim; quando se solta dos dedos e invade os espaços
pura poesia….
🙂
Mesmo com tão bonitas palavras, e que me fizeram ficar de sorrisinho parvo… continuo a dizer que tens as unhas sujas….
nao estao sujasssssssss! eu sou pessoa de grande higiene! mas vou desistir do vermelho. Agora estao nacaradas. nacaradas nao e’ uma doenca.