de aniversário…

7 anos!

7!

sete…

e amigos amorosos

Tio Verme, Tiphaine, Paulinho, Tomé, Lita, Yukiko, Sienna, Anne-Marie, Carmen, Silvia, Diogo, Maria João, Sara, Diana, D.Marga, Carlos, Erin, Kumi, Yoshi, Florian, Tina, que mesmo a viverem já no dia seguinte, ou no dia anterior e que mesmo sem estarem fisicamente connosco há imenso tempo, recordam a data, celebram à distância e relembram-me o que dificilmente esqueço: que é um privilégio ser mamã desta minha menina.

E às amigas Flickr que fazem já parte dos nossos dias…

E à familia…

Obrigada!

e Domingo celebramos!

de que lindos são os filhos…

cheia de boa vontade, levo a G. e uma amiguinha a almoçar fora em plena semana de aulas.
coisa de miúdas crescidas, de “ladies who do lunch”.
a certa altura no restaurante senta-se na mesa ao lado um adolescente com um penteado com vida própria, endereço de email e provavelmente número de contribuinte e a amiga da G. faz um comentário surpreendentemente elaborado certeiro e sarcástico para uma piolha de 6 anos. E eu, a mais infantil das três digo-lhe:
– cuidado, ele pode ouvir-te.
e ela responde depois de lhe tirar as medidas:
– penso que seria mais rápida do que ele a correr e estamos muito perto da porta.
– mas eu sou um bocado lenta – digo-lhe eu.
nesse momento a minha adorada filha, a minha menina, a luz dos meus olhos, resolve vir em meu socorro.
– sabes – diz ela com ar de compaixão à amiga – a mamã tem maminhas grandes, estás a ver? – e coloca-lhes as mãos em cima para facilitar a identificação das mesmas – e quando a mamã corre as maminhas fazem assim para cima para baixo para cima para baixo – e exemplifica com as mãos – e não é confortável para ela, percebes? Por isso é que ela é mais lenta.

de outra vez…

quando iniciei um bem intencionado, mas falhado,  processo de aprendizagem do Tetum nos anos 90, muito mal acompanhada pela P., e ensinada por um professor muito pequenino que de tão feliz por ter gente a fazer perguntas sobre Timor, se esquecia de nos ensinar e constantemente interrompido por uma miuda irritante que a cada 10 minutos nos lembrava que “o meu noivo é Timorense se eu for ao mercado como é que pergunto o preço da alface?” (dolar ida miuda, ou fifticens num dia bom), bem, nessa altura aprendi uma musiquinha que achava eu na minha ignorância que se foi ensinada pelo professor – que se punha em bicos de pés nas tónicas – é porque seria coisa muito tradicional…

 

lógico que na minha boa fé e apesar da fraca memória para a letra (era sobre uma carta?) fui fazendo lalalala à menina no espírito de fomentar as raízes…

hoje deparo-me perante 10 anos de engano…

a canção é de facto tradicional… mas Maori… da Nova Zelândia…

apesar de tudo, fala na mesma de amor… ,enos mal…

de pornocracia…

pornocracia

sobre a polémica deste fim de semana tenho a dizer, como mãe de uma criança do sexo feminino, que esta imagem não constitui de facto um bom exemplo.

todas nós sabemos que aquela trufa, faria melhor figura, se devidamente aparada com uma depilação básica.

a haver alguém com direito à indignação, esse alguém deveria ser um sindicato que proteja a reputação e profissionalismo dos técnicos de estética e afins.

de…

 

deixem-me dizer-vos, eu muito hip mum ando há quase um ano a cantarolar à menina “Maggie uh uh uh nan nan nan nan nan nan Maggie uh uh uh” assim tipo como quando se é miuda e se inventa o inglês. e ía-me esquecendo dia após dia de descobrir de quem raio era isto e de fazer o download ilegal ou algo no género de forma a aprender mais do que uma frase.

mas como nem nunca tinha visto o clip (sim eu sou dos anos 80), nem ouvido a musica completa, quando pensei em finalmente o fazer fui por tentativas – ora quem poderia ser? os BSS? não… a voz lembrava quem? o olavo bilac… poderá isto ser português? mas tem um toque assim de will.i.am. e lá fui escrevendo maggie e alternando com nomes e nunca lá cheguei.

ora hoje de manhã, de chávena de chá na mão e adoçante e porque sou muito cool, lá ligo a MTV e estavam uns meninos a cantar a Maggie, que afinal não é MAggie mas “beggin”. a coisa não começou muito mal, os meninos iniciam o clip a jogar Halo3, mas a coisa evolui e acaba com a miuda a beber leite de gatas com a língua… enquanto o Tshawe Baqwa grita:
Beggin, beggin you
Put your loving hand out, baby
Beggin, beggin you
Put your loving hand out darlin

um dia, ela vai crescer, e numa tarde de enfado liga a VH1 num program de Smells like 09 e sufoca de espanto ao concluir que a mãe lhe cantava isto em pequenina…

e assim se constroem memórias e destroem reputações…

de neve niege snow e instruções de utilização…

pois nevou por aqui!

a minha filha tropical, habituada ao sol de vários pontos da ásia, ao mar de vários pontos da ásia, porque a mãe só a passeia por lá, sobe a serra a repetir “eu não acredito, eu não acredito, nunca em toda toda toda a minha vida (uns loooooongos 6 anos) vi neve, isto é neve é neve…

e agora prestai atenção:

sim, se forem detentores de uma criança de 6 anos que anseie por fazer anjos na neve (parece que o ruca ensina os miudos estas coisas), vistam-na com várias camadas de camisolas; a interior fofinha com um dinossauro rex, a de gola alta rosa e macia, o camisolão em rosa semi contrastante e a inicial dela gigantesca à frente, não vá ela esquecer-se do próprio nome, e por cima de tudo isto o anoraque de tons muito selecção olimpica da europa de leste nos anos 80, mas muito eficiente dadas as sucessivas camadas que intercalam tecidos polares com muitos fechos e molas e coisas que se tiram e põem, oferecido pelo tio-avô e importado directamente dos EUA. Enfiem-na dentro de umas meias calças super quentes e com riscas coloridas em que pelo menos uma repita o tom da camisola. Por precaução calcem por cima umas meinhas pequeninas só para reforçar o pézinho (cuidado com a selecção da cor – sempre mas sempre num tom que se repita na meia calça – nesta caso optou-se pelo amarelo), dado que as botas da Crocs que lhe pretendem calçar, serão 100% impermeáveis mas muito muito frias. E agora atenção a este detalhe: nunca em momento algum vesti à vossa filha, aqueles jeans tipicos da benetton com ganga muito forte mas muito curtos na perna. A boa intenção da ganga forte e mais quente perde-se na totalidade quando combinada com os ditos crocs. Apesar do objectivo principal ser meramente estético – é importante que se vejam as riscas contrastantes no espaço entre a calça e a bota dando o toque Pipi – um pequeno detalhe ficou esquecido vindo mais tarde a ter consequências catastróficas; esta gente de palmo e meio (elas aos seis anos têm tendencia a ser assim do tipo mais rasteirinho), quando caminham ficam muito próximas do chão. Ao correrem, têm tendencia a aproveitar o espaço entre a perna da calça e a bota   – que não está coberta por umas quaisquer calças compridas  esteticamente incorrectas – enchendo a dita de neve. Esta neve por sua vez vai sendo calcada firmemente pelo pé permitindo que se vá criando um envelope de gelo em volta do pé da criança, fixando-o à bota e retirando-lhe qualquer sensibilidade.

frozen-feet

A criança terá tendência a queixar-se – o que na verdade é uma grande pieguice porque na realidade já não sente nada.

Mas se pretender ser piegas e estragá-la com mimos, dispa-a da cintura para baixo e torça a roupa, descalce a sua cunhada e calce-lhe as meias dela. Vá ao jeep da frente que estranhamente guarda um saco cama no porta bagagens, e embrulhe-a nele.

E pronto, definitivamente Crocs não serão uma boa opção, apesar da marca não fazer qualquer referência a neve nas indicações de utilização, o que para mim é uma falha gravissima…

À noite esta minha filha deitou-se e como uma velha repetia “eu nen acredito nem acredito em todo toda toda a minha vida nunca tinha visto neve. Nunca… e sabes, mamã, as meninas também podem ser piratas não é so serem princesas“. Escapa-me a lógica, mas a hipotermia provoca estranhos efeitos…

Nota: nenhuma marca patrocinou este post, mas estamos abertos a propostas.

Bonus photo: abaixo foto exemplificativa da melhor forma de sacudir neve do corpo de uma minorca.

sacudir

de “I have seen the Promised Land”…

esta noite os meninos negros na América, adormecem sabendo que o céu deixou de ser o limite quando se chega ao cimo da montanha e finalmente se vê a terra prometida.

a terra prometida não tem mel como a da Biblia; tem justiça social e uma mensagem de igualdade onde se deixa de falar em raça e se trabalha a unidade.

a terra prometida precisa de se estender pelo mundo e de o tingir e de chegar até aqui.

e nessa noite as meninas castanhas, adormecerão sabendo que o céu deixou de ser o limite quando não se acorda todos os dias a desejar que ninguem lhes note a cor.

a audácia da esperança é também isto.

it´s not just the economy, stupid

de que pequeninos nós somos…

a mãe snobada, loura apenas em determinadas zonas capilares, de manicura Francesa e ar afectado fazia os trabalhos de casa da filha de 7 anos enquanto esperava o inicio da aula de ballet.

a criança ía dando a indicação das cores que queria na decoração da página e a mãe pintava.

a certa altura diz a criança:

– pinta o cabelo do menino de castanho.

– qual menino? este chinoca? – pergunta a mãe

– o que é um chinoca?

– é um chinês, é o que nós chamamos aos chineses. chinocas!

e monhés aos indianos, minha senhora?

e macacos aos pretos?

e porque fiquei eu calada?

de growing pains…

agora que está na escola, e que por lá ficará por mais 12 anos – até ser dada como crescida e eu cheia de orgulho a ir fotografar a cair de bêbeda num cortejo académico – agora, vive-se de coração nas mãos.

Ou melhor, eu vivo de coração nas mãos. Numa aflição tremenda tipica de quem faz isto pela primeira vez e quer equilibrar o deixar crescer e encontrar caminho, com o interferir porque a caminhada é sinuosa.

Hoje, cheguei brilhantemente, sozinha, por volta das 6 da manhã, à conclusão de que será preferivel ralhar à minha filha por andar a dar porrada nos outros, do que consolá-la por ter levado ela porrada. Porque agora já não são os empurrõezinhos do infantário. É murro e pontapé.

No caso dela, pontapé em grupo.

agora que está na escola, é muito pouco interessante observar a teia de solidariedade que surje já em rascunho entre os meninos, a temperamentalidade e fluidez das relações entre as meninas e a forma como este micro-cosmo representa tão precocemente um mundo para o qual – aos 6 anos de idade – eles ainda não se deveriam estar a preparar.

de BLOG ACTION DAY…

 

O Blog Action Day de este ano, 15 de Outubro, foi lançado hoje e terá como tema a Pobreza.

À semelhança  dos anos anteriores, os bloggers são convidados a divulgar a iniciativa e a envolverem-se de formas diversas desde a adopção do logo, ao donativo de um dia de trabalho, a ser voluntário fazendo traduções para a organização ou comprometendo-se a desenvolver o tema através de um post no dia 15 de Outubro.

Depois do prémio Nobel da Paz ter sido oferecido a um activista do micro-credito, é bom constatar a associação da Organização ao KIVA de que já tinha falado aqui antes.

Para se associarem à iniciativa, basta clicar no logo no canto superior direito desta página ou na foto deste post.

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food for thought; sempre bom revisitar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e passar os tradicionais breves segundos de pasmo pela complexa humildade dos mesmos. 

AS NOVAS BOTIJAS ou COLECÇÃO PRIMAVERA/VERÃO!!!!

 

As novas botijas chamam-se Mucas e foram feitas a pensar nas dores de cabeça e febres!

e aquelas coisas irritantes de quando chega a Primavera,

as febres dos mais pequeninos que precisam de mais uma ajuda para além dos Brufen e Benuron.

não sendo tão frias como as de gel, mantêm no entanto a temperatura durante um periodo mais longo , e não têm de ser envolvidas antes de colocadas em contacto com a pele.

podem como é lógico também ser utilizadas quentes. e o ideal seria ter duas para situações que exigem a alternância de frio com quente.

ou até várias não  vá o padrão do saquinho chocar com as cores do pijama…

 

Nota: a criança da foto não sofreu qualquer tipo de violência durante a produção das mesmas.

Nota 2: esta semana mais padrões de sacos.

Gui, 5 anos e a perder um dente…

 

Cansada de andar, cheia de xixi e ainda com algum caminho pela frente, a menina precisava de ser entretida. À falta de imaginação começo:

– Boa Tarde como está a senhora? Vai para casa?- pergunto-lhe.

– Sim, sim, tenho os meus filhos à espera e tenho imensos sabe?

– Ai sim? Mas estão sós?

– Não está lá a nanny, mas penso que ela não é muito responsável. Eu falo falo falo mas ela não me ouve.

– Então e quantos filhos tem?

– Bem, tenho 10. 12 são adoptados e os outros 4 fiz na minha barrriga?

– Ahh então tem ajuda do pai desses, não é? ele fica lá a brincar com eles quando sai?

– Não não. Nenhum tem pai. Fi-los sózinhos na barriga. Não encontrei nenhum rapaz inteligente…

Do Carnaval

 

contrariada vesti-a de Branca de Neve. Uma história de que não gosto, nunca gostei e que nada tem a ensinar aos meninos.

 é a menina tonta que vai para a floresta com um caçador, que entra na casa dos outros e come e dorme , que abre a porta a estranhos aceitando ofertas, e que é salva não pela sua astúcia, mas ficando para ali deitada até que vem um principe e faz o serviço.

a branca de neve é linda porque é branca e rosada.

e ela lá foi em azul e amarelo tipo bandeira do municipio, com os cabelos livres dos caracóis que a irritam, o batonzinho rosa e a mãe sem máscara mas armada de lenços de papel que limparam o nariz a 3 anões, o vomitado de um príncipe e secaram cabelos de 3 princesas mais incautas.

e no fim do cortejo animado por meninas crescidas de cueca enfiada no rabo e mamilos semicobertos, ao som de tambores tocados por meninos crescidos devidamente cobertos com calça e camisa, mas ambos molhados pela chuva, ela pergunta: mas e o carnaval onde é?quando vamos?

e regressa-se a casa onde ela corre a vestir fato de banho e manear o rabo, porque graças ao departamento de educação do meu municipio, as meninas da idade dela aprenderam hoje outras coisas que podem fazer: enfiar as cuecas no rabo e maneá-lo enquanto ritmicamente os meninos batem no tambor.

e estranhamente ela estava quase feliz, porque passou duas horas rodeada de meninas exactamente iguais a ela. e esta sensação de pertença é quase tão importante como o pseudo rigor politico da mãe.