de mar nos pes…

Sexta.

Os táxis não circulam para a zona do escritório. Limpam-se as ruas e corta-se o trânsito.

O taxista transporta-me durante 200m. Pára e avisa-me que não pode continuar. Cobra-me. Recuso-me. Cobra-me. Recuso-me. Cobra-me. Saio e vou embora.

Sento-me no muro em frente à Lusa e recordo os “Sampaios”.

Nota mental. Boa gente. Saudades.

Reorganizo-me; mensagens aos colegas do escritório. Espero.

Mensagem à M. 21minutos e meio diz a resposta. De atraso, penso eu. E sorrio!

Espero. Sentada no muro à beira da estrada.

Apago mensagens antigas.

Espero.

Fotografo a Lusa.

Espero.

Entedio-me e espero.

O vento traz-me o cheiro do mar. Viro-me. 60 graus apenas. Viro-me.

E atrás de mim uma imensidão de calma azul. Ondas pequeninas que se desfazem muito delicadamente na areia escura. Pedaços de coral que rebolam delicadamente na areia escura. Um mar que parece não querer incomodar.

Viro-me. Mais 30 graus apenas. E passo as pernas para o outro lado e piso a areia.

Inspiro.

Espero. Mas é um outro esperar.

E caminho até à água e deixo o mar entrar-me nos sapatos.

Expiro.

Espero. Mas é um ainda outro esperar.

E volto-me e regresso ao muro com o mar atrás das costas. Sabendo-o lá. Sentindo-o lá.

E a M chega de sorriso aberto e A. no banco de trás e eu subo sem que ninguém perceba que viajo com o mar nos pés e 90 graus de areia, iodo e coral.

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