há dias em que nada faz muito sentido. organiza-se um raciocínio e transformamo-lo em palavras mas as palavras não soam como as pensámos e a coisa que se diz é a coisa que se pensou mas soava muito melhor na nossa cabeça.
as palavras são coisa muito perigosa e com grande tendência para a traição. soltamo-las e quando damos conta elas causam um número infinito de encolheres de ombro, suspiros profundos e sensações de tédio infinito. e quando olhamos para elas mal as reconhecemos porque as tontas vestiram-se de outra forma.
a tecnologia de comunicação é também muito matreira. a pessoa na sua inocência vê-a como uma ferramenta de eliminação da distância. mas não é bem assim. os teclados são obra do demo. a pessoa digita e espera em frente ao monitor – qualquer que seja o seu tamanho – e concede uma janela temporal de não menos que 3 minutos à resposta. o blackberry anda por aí a arruinar coisas que no tempo dos serviços de snail mail teriam 80% de possibilidade de sobrevivência saudável.
as relações passaram a depender da qualidade de acesso e bom funcionamento dos meios tecnológicos. a medida da emoção é feita através da rapidez da resposta. isso do amor é uma questão de timing.
ahhhh bem observado, isto de expressar-se tecnologicamente tem algo de diabólico …